Política: Trump refere-se ao Canadá como 51.º Estado dos EUA e gera críticas
Política: Trump refere-se ao Canadá como 51.º Estado dos EUA e gera críticas
Justin Trudeau esteve na Florida a 29 de novembro, onde se reuniu com o presidente eleito dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump. A reunião surpresa ocorreu após a ameaça de Trump de imposição de uma tarifa de 25% sobre produtos canadianos importados pelos EUA.
Apesar de não terem sido divulgados detalhes da reunião, a 2 de dezembro circulou nos media que Trump teria sugerido que as suas tarifas seriam devastadoras para a economia canadiana, e que o país deveria tornar-se o 51.º estado dos EUA.
O comentário de Trump foi encarado pelos ministros canadianos como uma piada, suscitando diversas reações.
Dominic LeBlanc, ministro da Segurança Pública, referiu que a suposta piada não foi um comentário sério, surgindo entre outras piadas e provocações de Trump durante o fim de semana de Ação de Graças nos EUA, em que a reunião teve lugar.
A ministra do Turismo, Soraya Martínez Ferrada, o ministro dos Serviços Públicos e Aquisições, Jean-Yves Duclos, o ministro da Indústria, François-Philippe Champagne, e o ministro da Justiça, Arif Virani, também concordaram com a falta de seriedade no comentário. Sublinharam que o facto de Trudeau ter sido o primeiro líder do G7 a reunir com Trump é algo significativo para as relações entre os dois países.
Contudo, as ameaças de Trump não geraram reações apenas no Canadá. A 2 de dezembro, a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, acusou o Canadá de ter mais problemas com fentanil do que o seu país, de estar a praticar bajulação política com os EUA e de desrespeitar o México.
As críticas surgiram após alguns primeiros-ministros canadianos terem sugerido que o Canadá negociasse um acordo comercial com o país vizinho sem incluir o México. Mélanie Joly, ministra dos Negócios Estrangeiros, manifestou-se a favor do diálogo privado entre os países, sem fomentar disputas ou trocas de acusações. Joly reforçou, no entanto, que é normal o Canadá querer proteger os seus interesses, mas sublinhou que o respeito nas relações internacionais é essencial para manter um relacionamento positivo.
Entretanto, a 3 de dezembro, o primeiro-ministro canadiano reuniu com os líderes da oposição no seu gabinete no Parlamento para discutir a ameaça de tarifas de Trump, um ponto que deve ser levado a sério.
Após a reunião, Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, Jagmeet Singh, líder do NDP, e Yves-François Blanchet, entre críticas ao partido no poder, manifestaram interesses em comum, como a necessidade de reforço do controlo das fronteiras e, consequentemente, a necessidade de mais recursos.
Elizabeth May, líder do Partido Verde, sublinhou que o Canadá deve permanecer unido, independentemente de cores partidárias.