Política: Freeland e Fraser abandonam Governo em dia decisivo
Política: Freeland e Fraser abandonam Governo em dia decisivo
Chrystia Freeland, vice-primeira-ministra e ministra das Finanças do Canadá, anunciou a 16 de dezembro a sua demissão do cargo, poucas horas antes da apresentação da declaração económica de outono.
Freeland recorreu a uma carta para comunicar a sua decisão de se afastar, justificando a saída com o facto de ela e o primeiro-ministro, Justin Trudeau, “se encontrarem em desacordo sobre o melhor caminho a seguir para o Canadá”.
Freeland afirmou ainda que a decisão de Trudeau de lhe oferecer um cargo diferente a 13 de dezembro demonstrou uma falta de confiança nela como ministra. A política declarou estar empenhada em candidatar-se novamente ao seu lugar nas próximas eleições federais.
O anúncio de Freeland segue-se à notícia de que o ministro da Habitação, Sean Fraser, não tentará a reeleição no distrito eleitoral de Nova Scotia e que deixará o gabinete federal. Fraser justificou a sua decisão, também divulgada a 16 de dezembro, alegando que já estava tomada há meses, enquanto recuperava de uma operação às costas e passava mais tempo com os filhos.
A saída de Freeland, precedida pela de Fraser, ocorreu no momento em que os líderes provinciais e territoriais iniciavam uma reunião cujo principal tópico era o aviso de Donald Trump sobre novas tarifas para produtos importados do Canadá.
No final da reunião, Doug Ford referiu que os premiers do Canadá permanecem firmes na defesa do país, independentemente da turbulência no gabinete federal. Ford acrescentou ainda, em nome dos restantes premiers, que os líderes provinciais defendem mais envolvimento do Governo federal com os governos provinciais, a fim de desenvolver uma melhor estratégia para responder à ameaça de Trump, e anunciou o planeamento de uma missão a Washington em fevereiro.
Outro tema debatido pelos premiers foi a aprovação de um projeto-piloto para acelerar a autorização de medicamentos que salvam vidas.
Entretanto, Justin Trudeau nomeou Dominic LeBlanc, ministro da Segurança Pública, como novo ministro das Finanças, com início de funções imediato.
A divulgação do relatório económico de outono de 2024 foi efetuada com horas de atraso face ao inicialmente previsto, devido às alterações ocorridas na manhã de 16 de dezembro.
Do documento ressalta, sobretudo, o aumento do défice para 61,9 mil milhões de dólares em 2023-2024, a criação de um fundo de 15 mil milhões para inteligência artificial e o compromisso de remover barreiras ao comércio interprovincial, num cenário marcado pela incerteza económica causada pela reeleição de Trump e pela ameaça de novas tarifas comerciais.