Diretora do FMI alerta para risco de abrandamento da expansão da economia mundial
Diretora do FMI alerta para risco de abrandamento da expansão da economia mundial
Washington, 24 out 2024 (Lusa) — A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou hoje que a economia mundial corre o risco de entrar numa espiral de crescimento lento e de dívida elevada, perante conflitos e rivalidades geopolíticas.
“Estes são tempos de ansiedade”, apontou, citada pela Associated Press, a diretora-geral do FMI aos jornalistas nos encontros de outono da instituição que lidera e do Banco Mundial.
A responsável apelidou de “anémica” a previsão de que a economia mundial cresça 3,2%.
Num contexto de conflitos e de tensão geopolítica crescente, o comércio mundial perde fulgor, ao mesmo tempo que as relações entre Estados Unidos da América e China, as duas maiores economias mundiais, arrefeceram.
“O comércio já não é o poderoso motor de crescimento”, afirmou, acrescentando que atualmente há “uma economia global mais fragmentada”.
A AP assinala ainda que um elevado número de países continua a enfrentar as dívidas que contraiu para combater a covid-19, sendo que o FMI acredita que a dívida global atinja 100 biliões de dólares (95.580 milhões de euros) este ano, o equivalente a 93% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
“A economia mundial corre o risco de ficar presa numa trajetória de baixo crescimento e dívida elevada”, apontou, sublinhando que tal se traduz em “rendimentos mais baixos e menos postos de trabalho”.
Ainda assim, o FMI regista que o mundo fez progressos consideráveis para controlar a inflação que subiu em 2021 e 2022, quando as economias se agitaram de forma inesperada dos bloqueios da pandemia.
Kristalina Georgieva antecipa que a inflação desça para 2% no próximo ano para as economias desenvolvidas, o objetivo dos bancos centrais.
“Para grande parte do mundo, está à vista uma aterragem suave”, apontou.
No seu mais recente relatório sobre as perspetivas económicas mundiais, publicado na terça-feira, o FMI previu que a economia chinesa cresça 4,8% este ano e 4,5% em 2025, contra 5,2% em 2023.
Assim, a diretora do FMI instou o executivo chinês a abandonar a dependência das exportações e a incentivar o consumo interno, que apelidou de “mais fiável”.
Kristalina Georgieva pediu a adoção de “medidas incisivas” para dar reposta ao colapso do mercado imobiliário chinês e, assim, aumentar a confiança dos consumidores.
“Se a China não agir, o potencial de crescimento pode ficar bem abaixo de 4%”, vaticinou.
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