Casa da Música assinala 20 anos de vida em fim de ciclo sob tema “Caminhos Cruzados”
Casa da Música assinala 20 anos de vida em fim de ciclo sob tema “Caminhos Cruzados”
Porto, 13 nov 2024 (Lusa) — A Casa da Música, no Porto, vai assinalar vários aniversários em 2025, a começar pelos seus 20 anos, sob o tema “Caminhos Cruzados”, anunciou hoje a instituição, a entrar nos últimos meses da direção artística de António Jorge Pacheco.
Com a australiana Liza Lim como compositora em residência e João Carlos Pinto como jovem compositor residente, a Casa da Música chega a 2025 “preparada para percorrer novos caminhos e para a criação de temas eventualmente mais abertos, conhecedores do passado e sempre interpeladores de futuro”, como se pode ler no editorial da última programação assinada por Pacheco, no cargo desde 2009.
“Pedia-se uma nova narrativa que, por um lado, propusesse uma saudável, aberta e oportuna discussão sobre a génese do projeto artístico, o seu desenvolvimento — e suas controvérsias — e a realidade atual da Casa, e que, por outro, abrisse portas para novos paradigmas, novas inquietações, novos paradoxos”, escreveu António Jorge Pacheco.
Assim, a programação para 2025 prevê “cruzamentos insuspeitos e inesperados, novas constelações temáticas transversais a todos os Agrupamentos Residentes e a vários géneros musicais, inspiradores de colaborações artísticas inéditas e propostas de novas viagens para o público e a comunidade”.
No ano em que também se assinalam os 25 anos do Remix Ensemble e da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a programação inclui os principais ciclos anuais (do Invicta.Música.Filmes ao Verão da Casa, passando pelo À Volta do Barroco e Outono em Jazz, entre outros), e vai acolher múltiplas estreias nacionais e mundiais.
No ciclo de piano vão atuar os repetentes Grigory Sokolov e Benjamin Grosvenor, além de Yoev Levanon, Dmitry Shishkin, Lukas Sternhat, Eva Gevorgyan e Dinara Klinton.
O Remix Ensemble vai fazer estreias mundiais, na Casa da Música, de peças de Yiran Zhao e Pedro Lima, enquanto a Sinfónica vai protagonizar a estreia mundial de um concerto para sintetizador e orquestra de Gabriel Prokofiev.
Na abertura da temporada, no dia 10 de janeiro, a Sinfónica do Porto interpretará peças de Francisco de Lacerda, Manuel de Falla, Ravel e Rimski-Korsakov, enquanto o Remix, no dia 14, vai fazer a estreia nacional de “Jacob’s Ladder”, de Steve Reich, e do concerto de Liza Lim “para ensemble e sheng, o fascinante órgão de boca chinês, que trará ao Porto o seu mais lídimo intérprete, Wu Wei”.
Ainda em janeiro, entre muitos outros concertos, o Coro da Casa da Música vai dar o concerto “Bohemian Rapsody”, sob direção do francês Léo Warynski, que inclui a estreia nacional de uma obra de Philippe Hersant e conclui com a peça que lhe dá título, da banda britânica Queen.
Em fevereiro, a Orquestra Ouro Preto sobe ao palco da Sala Suggia com Alceu Valença, estando também previsto um concerto de Nubya Garcia.
A Casa da Música organiza ainda o ciclo Mulheres na Música, a começar em março, no âmbito do qual a Orquestra Sinfónica do Porto e a pianista sul-coreana Yeol Eum Son vão apresentar o Concerto para Piano n.º 1 de Tchaikovsky, sob a direção da alemã Ustina Dubitsky.
Em abril, celebra-se o 20.º aniversário da Casa da Música com a Sinfónica e o Coro, dirigidos pelo maestro titular da orquestra, Stefan Blunier, para interpretar a “Missa Glagolítica” de Leos Janácek, e, com a Orquestra Barroca e o maestro titular, Laurence Cummings, oferecer o “Stabat Mater” de Pergolesi, na versão de Bach.
A Casa da Música vai integrar o festival World New Music Days, promovido desde 1923 pela Sociedade Internacional de Música Contemporânea.
Nesse âmbito, no dia 01 de junho, o Remix interpreta a nova peça de Pedro Lima e apresenta “Vampyrotheone”, de Olga Neuwirth, para guitarra elétrica, clarinete, saxofone e três grupos instrumentais.
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Lusa/fim