Projeto que representou Portugal na Quadrienal de Praga exposto em Lisboa este mês
Projeto que representou Portugal na Quadrienal de Praga exposto em Lisboa este mês
Lisboa, 14 nov 2024 (Lusa) — O projeto “Metade dos Minutos”, de Ângela Rocha, que representou Portugal na Quadrienal de Praga e foi lá premiado, vai poder ser visitado na Culturgest em Lisboa, a partir de 30 de novembro, anunciou a Direção-Geral das Artes.
Depois de ter estado patente na Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, a instalação de Ângela Rocha vai estar em Lisboa até 05 de janeiro.
Num comunicado publicado no ‘site’ da Direção-Geral das Artes, é lembrado que “esta instalação imersiva debruça-se sobre a tomada de consciência do corpo no espaço, numa tentativa de reconexão com a escuta do tato”.
Para o projeto que representou Portugal na Quadrienal de Praga de ‘Design’ de Performance e Espaço, em 2023, a cenógrafa Ângela Rocha criou um labirinto, que permite ao visitante explorar o tato, sentido que nos últimos anos “está a ser esquecido”, como disse aos jornalistas em maio do ano passado.
Hoje em dia, basta “pressionar ou passar para o lado”, no ecrã de um telemóvel, “para comprar uma coisa”. Ato que dantes implicaria uma série de outros gestos como abrir a carteira, tirar o porta-moedas, pegar no dinheiro ou num cartão. “Começámos a ter os gestos mais reduzidos”, salientou.
Ângela Rocha considera que “está a haver um desligar deste sentido”, o tato, “que é tão importante para uma ideia de presente”.
“A minha ideia do futuro seria tentarmos reivindicar de novo a ideia do presente temporal e espacial, através da ‘reconexão’ tátil aos lugares, e daí este espaço ser desenvolvido com diferentes tipos de texturas. Umas mais repelentes e outras mais atrativas”, explicou a cenógrafa, na altura.
A entrada no labirinto foi forrada com pelo laranja, para que o visitante se lembre “da brincadeira e do jogo”. “E de estarmos uns com os outros, de ser uma coisa mais infantil talvez, que achei que também era importante levarmos na nossa mochila para o futuro”, explicou Ângela Rocha.
Dentro do labirinto, a cenógrafa achou que deveria trabalhar “uma textura a partir da luz, visto que a luz é uma força muito emotiva a que todos os seres vivos reagem”.
O projeto venceu o prémio PQ Kids Award, naquele evento checo, e já foi experienciado por mais de 15 mil pessoas, segundo a Direção-Geral das Artes.
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