Celebrações dos 500 anos da morte de Vasco da Gama terão “aprofundamento do conhecimento”
Celebrações dos 500 anos da morte de Vasco da Gama terão “aprofundamento do conhecimento”
Lisboa, 26 nov 2024 (Lusa) — A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, disse hoje que o programa evocativo dos 500 anos da morte do navegador Vasco da Gama terá “uma dimensão celebrativa e um aprofundamento do conhecimento” da figura histórica e do seu contexto.
Na apresentação do programa, hoje, nos Mosteiros dos Jerónimos, em Lisboa, o historiador José Manuel Garcia, que faz parte da organização das comemorações, realçou a “figura imortal” que é Vasco da Gama (1468-1524), na História universal, ao ter dado início à relação regular entre o Ocidente e o Oriente.
“Não há dúvida que Vasco da Gama marca o início de uma nova época entre o Ocidente e o Oriente”, afirmou Garcia.
Para o historiador, Vasco da Gama é “uma figura universal e decisiva e tudo o que se faça por ele é pouco”.
O programa comemorativo inclui um concerto, um ciclo de conferências e um conjunto de publicações, com um orçamento de cerca de 100.000 euros, provenientes do Fundo de Fomento Cultural, disse a ministra.
Dalila Rodrigues realçou que, com estas comemorações, o seu ministério “pretende estimular outras instituições a elaborarem e a concretizarem os seus próprios programas celebrativos”.
As comemorações iniciam-se no dia 16 de dezembro, às 17:30, com a colocação de uma coroa de flores, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no túmulo de Vasco da Gama, no Mosteiro dos Jerónimos, seguindo-se o concerto “Mares”, sob a direção do maestro Nuno Corte-Real, pela Orquestra de Câmara Darcos e o Officium Ensemble, no grande auditório do vizinho Centro Cultural de Belém.
O programa do concerto inclui a peça “Fratres”, de Arvo Pärt, e o “Magnificat Manuelino”, de Corte-Real, que estreou em 2021, por ocasião dos 500 anos da morte do rei Manuel I.
O ciclo de conferências acontecerá em três locais relacionados com a memória de Vasco da Gama, e inicia-se a 06 de janeiro, na Sociedade de Geografia de Lisboa, seguindo-se, a 15 de fevereiro, o Centro de Artes de Sines, terra natal de Vasco da Gama. No dia 15 de março, o ciclo continua na Biblioteca Doutor Palma Caetano, na Vidigueira.
O programa comemorativo é uma iniciativa do Ministério da Cultura e tem como objetivo “garantir que figuras históricas desta importância e ciclos evocativos como estes 500 anos façam parte da oferta cultural que o Ministério da Cultura tem que garantir”, afirmou Dalila Rodrigues.
“Eu tenho por formação e vocação, e obrigação, celebrar a História e valorizar a prática historiográfica”, afirmou Dalila Rodrigues.
A escolha do início das comemorações a 16 de dezembro próximo foi no sentido de incluir no calendário a data da morte do navegador, no dia 24 de dezembro de 1524 em Cochim, no sul da Índia, explicou a ministra. À agência Lusa, Dalila Rodrigues disse estar previsto deslocar-se à Índia em janeiro próximo.
Sobre o projeto editorial, que será dirigido pelo diretor da Biblioteca Nacional de Portugal, Diogo Ramada Curto, a ministra afirmou que vai “desmontar criticamente os aspetos ligados à memória, das figuras e da sua relação com os lugares”.
A obra, a editar no princípio do próximo ano, reúne 30 investigadores e dividir-se-á em cinco partes, desde as questões políticas às sociais e religiosas, passando pelo lado cultural.
Vasco da Gama viveu em Lisboa, junto ao Chafariz d’El Rei, no bairro de Alfama, e foi da capital que partiram as três viagens que efetuou à Índia, em 1497, 1504 e a última, em 1524, vindo a morrer como vice-rei da Índia.
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