Saúde: Tiziana River dá detalhes sobre novo centro de investigação do Osler
Saúde: Tiziana River dá detalhes sobre novo centro de investigação do Osler
O Correio da Manhã Canadá (CMC) entrevistou recentemente Tiziana Rivera, vice-presidente executiva para a Qualidade e Investigação e diretora executiva de Enfermagem do William Osler Health System, rede hospitalar que serve as comunidades de Brampton e North Etobicoke. Rivera partilhou detalhes sobre o recém-inaugurado Osler Research Institute for Health Innovation (ORIHI), lançado a 18 de novembro. Este novo instituto de pesquisa inovador tem como objetivo transformar os cuidados de saúde na região.
Correio da Manhã Canadá: Qual é a visão por detrás do Instituto de Investigação para a Inovação em Saúde (ORIHI) e como é que este pretende melhorar os resultados em matéria de saúde na região?
Tiziana Rivera: A nossa visão é melhorar os resultados no domínio da saúde. O ORIHI reúne todos os investigadores do Osler num único instituto para apoiar questões de investigação importantes para a nossa comunidade. Temos uma comunidade diversificada com necessidades de cuidados de saúde únicas e este instituto destaca oportunidades para investigar questões de grande importância para os nossos doentes, famílias e comunidade. Queremos estabelecer parcerias com centros académicos, com a nossa comunidade e com parceiros da indústria para fornecer investigação que apoie a compreensão dos problemas, de modo a podermos dar melhores respostas às perguntas dos médicos.
CMC: Que papel é que o ORIHI vai desempenhar na resposta às necessidades específicas da comunidade diversificada do Osler?
TR: O ORIHI tem três áreas principais: saúde personalizada, saúde da população e sistemas de saúde. Na saúde da população, estudamos questões diretamente relacionadas com as necessidades da nossa comunidade e fornecemos soluções baseadas em provas para os médicos. A saúde personalizada identifica intervenções específicas e adaptadas para apoiar os médicos e os doentes. A investigação sobre sistemas de saúde examina a equidade e a diversidade dos nossos sistemas, estruturas e processos para garantir um acesso equitativo aos cuidados de saúde.
CMC: Quais são os desafios de fazer uma investigação tão alargada?
TR: Um dos desafios é assegurar um financiamento sustentável para realizar investigação numa população mal servida. Outro é assegurar uma participação diversificada nos estudos de investigação, uma vez que nem todos se podem oferecer como voluntários. Por último, é crucial formar as parcerias corretas para a colaboração.
CMC: Como é que o ORIHI se envolve com os doentes e a comunidade para garantir que a investigação é inclusiva e tem impacto?
TR: Desenvolvemos o Conselho Consultivo de Investigação de Base Comunitária (C-BRAC) com membros da comunidade que fornecem aconselhamento e orientação sobre projetos de investigação e o nosso plano estratégico. Também estabelecemos parcerias com várias organizações, incluindo grupos indígenas e associações profissionais, para realçar a importância da investigação na nossa comunidade. Continuamos a procurar o contributo da comunidade através de programas de divulgação.
CMC: Qual é a importância das parcerias e dos seus resultados?
TR: As parcerias são essenciais. Estabelecemos parcerias com empresas farmacêuticas para ensaios de medicamentos, centros académicos, como a Universidade Metropolitana de Toronto e o Humber College, para envolver clínicos e alunos e, mais importante ainda, com os nossos doentes, famílias e comunidade para estudar questões de saúde relevantes.
CMC: Que medidas estão a ser tomadas para garantir que os resultados da investigação do ORIHI se traduzem em melhorias concretas nos cuidados prestados aos doentes?
TR: O ORIHI facilita a colaboração entre clínicos e investigadores para gerar questões, realizar investigação e divulgar os resultados interna e externamente. Temos um processo para analisar a investigação e determinar se está pronta para mudar a prática, com o objetivo de traduzir os resultados em acções mais rapidamente.
CMC: Algumas conclusões podem ser postas em prática mais rapidamente com a ORIHI?
TR: Sem dúvida. O facto de termos especialistas internos que conduzem a investigação permite uma divulgação e implementação mais rápidas das conclusões.
CMC: O que é que a entusiasma mais em relação ao potencial impacto da ORIHI no futuro dos cuidados de saúde?
TR: Estou entusiasmada com o facto de esta investigação estar a decorrer no Osler, na nossa comunidade e em parceria com o meio académico. É empolgante o facto de podermos realizar investigação a nível local e responder às necessidades de diversos doentes que, normalmente, não são incluídos nos estudos.
CMC: Como líder, que estratégias utiliza para inspirar e motivar a sua equipa?
TR: Tenho uma equipa fantástica de profissionais experientes. Dou-lhes força e autonomia e facilito as ligações entre os especialistas. Acredito em promover a colaboração e deixar a ‘magia acontecer’.
CMC: Que mensagem gostaria de transmitir ao nosso público de língua portuguesa?
TR: Embora eu não fale português, quero enfatizar o valor do envolvimento da comunidade. Encorajo toda a gente a fazer perguntas, a participar em eventos comunitários e a informar-se sobre a nossa investigação. O vosso contributo é fundamental para o nosso sucesso.