Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo na Coreia do Sul
Caixas negras não registaram minutos antes de acidente aéreo na Coreia do Sul
Seul, 11 jan 2025 (Lusa) – As duas caixas negras do avião que se despenhou a 29 de dezembro pararam de gravar quatro minutos antes do acidente que matou 179 pessoas, informou hoje o Ministério dos Transportes sul-coreano.
“A análise revelou que o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo não estavam a gravar durante os quatro minutos que antecederam a colisão da aeronave” com o muro que se encontrava no final da pista do aeroporto de Muan, no sul do país, e fez com que o Boeing da Jeju Air explodisse em chamas, disse o ministério, em comunicado.
As autoridades planeiam “investigar a causa da perda de dados”, refere o comunicado, enquanto investigações conjuntas entre especialistas sul-coreanos e norte-americanos, incluindo da fabricante aeronáutica Boeing, foram iniciadas após a tragédia.
Na terça-feira, as autoridades sul-coreanas lançaram um plano de revisão do perímetro dos aeroportos após o pior acidente aéreo da sua história.
O acidente levou as autoridades a rever as estruturas de cimento que foram concebidas para alojar os localizadores que servem para orientar os pilotos e facilitar o alinhamento com a pista.
O ministro dos Transportes, Park Sang-woo, indicou que estas paredes serão modificadas independentemente de cumprirem ou não a regulamentação em vigor.
“Vamos melhorá-las de uma forma que aumente a segurança”, referiu o governante, sem dar mais detalhes, segundo a imprensa local.
O anúncio ocorre depois de o Governo sul-coreano ter apelado à melhoria da segurança aérea.
Desde que a polícia começou a avaliar o aeroporto de Muan para recolher dados e provas, vários especialistas questionaram o desenho da infraestrutura, especialmente no que diz respeito ao muro.
A companhia aérea sul-coreana Jeju Air anunciou na terça-feira que vai reduzir as operações.
Após o acidente, a companhia aérea de baixo custo já tinha anunciado planos para reduzir os serviços entre 10 e 15%, de forma a reforçar as operações de manutenção de aeronaves.
Embora o plano ainda não esteja finalizado, a Jeju Air disse que irá cancelar todos os 78 voos previstos de 22 a 30 de março entre Gimhae, o aeroporto que serve Busan, no sudeste da Coreia do Sul, e Clark, nas Filipinas.
A empresa cancelou também outros 110 entre Gimhae e Kaoshiung, em Taiwan, de 03 de fevereiro a 29 de março.
Também na terça-feira, os dois principais partidos sul-coreanos anunciaram a criação de uma comissão parlamentar conjunta para investigar o acidente, apesar das divisões políticas.
“O Partido do Poder Popular [PPP, no poder] e o Partido Democrático [na oposição] decidiram criar uma comissão especial” para investigar a tragédia e prestar assistência aos familiares, afirmou o PPP.
Num comunicado, o PPP revelou que a comissão irá incluir sete deputados de cada um dos dois movimentos e um último membro não pertencente a nenhum dos partidos.
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