PR angolano convicto de que “prevalecerá espírito de unidade” em Moçambique após investidura de Chapo
PR angolano convicto de que “prevalecerá espírito de unidade” em Moçambique após investidura de Chapo
Kampala, 11 jan 2025 (Lusa) — O Presidente angolano João Lourenço mostrou-se hoje preocupado com os “desafios em democracia” em Moçambique, afirmando-se convicto de que “prevalecerá o espírito de unidade dos moçambicanos” após a tomada de posse do Presidente eleito.
“Depois do anúncio definitivo dos resultados eleitorais após a análise do contencioso eleitoral pela entidade competente e marcada a data para a investidura solene do Presidente eleito, o continente e o mundo estão convencidos de que prevalecerá o espírito de unidade dos moçambicanos, do diálogo e concertação” necessários para a estabilidade e regresso à vida normal, destacou João Lourenço.
O Presidente angolano falava no final de uma cimeira extraordinária da União Africana sobre o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África, que decorreu em Kampala (Uganda).
Na ocasião, o chefe de Estado assinalou que, depois do conflito armado em Cabo Delgado, Moçambique enfrenta um novo desafio à democracia, com o surgimento da crise pós-eleitoral, que em dois meses deixou mais de duas centenas de vítimas e destruição de infraestruturas económicas e sociais.
Desde 21 de outubro, as manifestações pós-eleitorais em Moçambique, que degeneraram em confrontos com a polícia, saques e destruição de empresas e instituições públicas, como tribunais e esquadras policiais, já provocaram cerca de 300 mortos e mais de 600 feridos.
A investidura de Daniel Chapo (candidato da Frelimo, no poder) vai acontecer no dia 15 de janeiro, estando marcada a instalação do novo parlamento para dia 13 de janeiro.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane (do Podemos)m que regressou ao país na passada semana, continua a contestar o processo eleitoral e apelou a três dias de paralisação em Moçambique e manifestações pacíficas durante a posse dos deputados e do novo Presidente moçambicano.
Na cimeira em Kampala foram abordadas questões ligadas ao desenvolvimento da agricultura e sistemas agroalimentares, mas também temas ligados à paz e à segurança em África, com foco no aumento das ações terroristas e extremismo violento e mudanças inconstitucionais de governos democraticamente eleitos.
“Lamentavelmente, algumas destas más práticas desviam-nos do objetivo central do nosso continente, o de promover o desenvolvimento, tendo como base propulsora a agricultura”, enfatizou João Lourenço expressando preocupação com a guerra no Sudão e o conflito entre a República Democrática do Congo (RDCongo) e o Ruanda.
Sobre este, considerou que uma cimeira de alto nível pode ajudar a desbloquear o impasse “e assegurar que não sejam desperdiçados os entendimentos e ganhos já alcançados, nomeadamente no que concerne à retirada do contingente militar do Ruanda do território da RDCongo.
RCR // MCL
Lusa/Fim
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