Hong Kong investiga dirigente de instituto de sondagens por colaborar com fugitivo
Hong Kong investiga dirigente de instituto de sondagens por colaborar com fugitivo
Hong Kong, 13 jan 2025 (Lusa) – A Polícia de Segurança Nacional de Hong Kong iniciou hoje uma investigação contra Robert Chung, presidente do Instituto de Pesquisa de Opinião Pública (HKPORI) do território, por alegada colaboração com um fugitivo procurado por criticar o Governo.
Um grupo de polícias deslocou-se ao HKPORI – uma organização independente — esta manhã, ao mesmo tempo que Chung foi conduzido de sua casa às instalações do instituto de sondagens para assistir presencialmente à operação busca, de acordo com a agência EFE.
O incidente configura um novo desenvolvimento na investigação das autoridades de Hong Kong, que colocaram em dezembro último Chung Kim-wah, um antigo diretor-geral adjunto do HKPORI, a viver no Reino Unido desde 2022, numa lista de procurados pelo departamento de Segurança Nacional.
Chung Kim-wah, de 64 anos, foi acusado de defender repetidamente a independência de Hong Kong nas redes sociais entre maio e junho de 2023, bem como de apelar a sanções contra Pequim e a cidade semiautónoma no período de 2020 a 2023.
Três dias depois de ter sido colocado na lista de procurados por alegadas violações da lei de segurança nacional, Chung Kim-wah garantiu aos meios de comunicação social que não mantinha qualquer vínculo com o HKPORI.
A sua situação, de acordo com a EFE, suscitou “novas preocupações quanto à liberdade de expressão na região”.
Por outro lado, Robert Chung afirmou em dezembro passado que não existem ligações entre o antigo diretor e o HKPORI desde o fim do contrato de Chung Kim-wah em 2022, acrescentando que os dois já não estão em contacto.
Hong Kong procura, pelo menos, 20 antigos advogados e ativistas atualmente residentes em países como Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos.
Seis destes indivíduos foram adicionados em 24 de dezembro último à lista de pessoas sob investigação policial por alegados crimes de “conluio com forças estrangeiras” e “incitamento à secessão e subversão”.
As autoridades da região administrativa especial estão a oferecer um milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 126 mil euros) por informações que levem à detenção dos suspeitos de violarem a lei de Segurança Nacional que Pequim impôs à antiga colónia britânica em junho de 2020.
Esta lei criminaliza praticamente todas as formas de dissidência e utiliza definições alargadas para crimes como terrorismo, subversão, secessão e conluio com potências estrangeiras.
Além disso, confere a Pequim o poder de criar uma força de segurança no território e de influenciar a nomeação de juízes para julgar casos relacionados com a segurança nacional.
APL // CAD
Lusa/Fim
Comments (0)