Rússia vai estabelecer parceria global com Irão como fez com Coreia do Norte
Rússia vai estabelecer parceria global com Irão como fez com Coreia do Norte
Moscovo, 14 jan 2025 (Lusa) — O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, assegurou hoje que o Acordo de Parceria Estratégica Global que Moscovo vai assinar na sexta-feira com o Irão não é dirigido contra nenhum país, referindo-se aos Estados Unidos.
“O acordo, tal como o que temos com a Coreia do Norte, não é dirigido contra nenhum outro país e tem um caráter construtivo”, disse Lavrov numa conferência de imprensa em Moscovo, citado pela agência espanhola EFE.
O documento, que será assinado durante a primeira visita de Estado do Presidente iraniano, Masud Pezeshkian, a Moscovo, “visa reforçar a capacidade da Rússia e do Irão em várias partes do mundo”, afirmou.
O acordo, segundo Lavrov, abrange “a capacidade de desenvolver a economia e resolver problemas sociais, e garantir um potencial de defesa fiável”.
Nos últimos dias, tem-se especulado na Rússia que Moscovo e Teerão poderão assinar uma cláusula de assistência mútua em caso de agressão, à semelhança da que Moscovo assinou com a Coreia do Norte em 2024.
Questionado hoje sobre esta questão, o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, disse apenas que a Rússia atribui “grande importância” às negociações entre Pezeshkian e o líder russo, Vladimir Putin.
As negociações entre dos dois presidentes vão realizar-se na sexta-feira, no Kremlin, acrescentou Peskov.
Putin e Pezeshkian encontraram-se duas vezes nos últimos meses, a última das quais em outubro, à margem da cimeira dos BRICS em Kazan, que o líder iraniano afirmou ser dirigida contra o totalitarismo dos Estados Unidos.
As relações entre a Rússia e o Irão fortaleceram-se nos últimos anos, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia, onde Moscovo é apoiado por Teerão, que terá fornecido ‘drones’ e até mísseis ao lado russo, segundo o Ocidente.
Em novembro, Teerão e Moscovo interligaram os sistemas bancários para impulsionar o comércio e as transações financeiras, numa tentativa de fazer face às sanções económicas dos Estados Unidos e dos países europeus.
Os russos e os iranianos também são os grandes perdedores da queda do regime sírio de Bashar al-Assad, que se exilou em Moscovo em dezembro.
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